O Brick não liga a ninguém. Não se roça em ninguém. Só pensa em dormir, afiar as unhas no meu sofá e saltar o muro.
A Strada roi tudo. TUDO. Roeu os tubos da bomba de água. Roeu a ficha eléctrica. Roeu os farolins dos carros. Roeu o tapete de entrada. Roeu a casota dela. Roeu 4 chupetas do Gui. Roeu e roi tudo o que apanha. Só sabe saltar para cima dos convidados e mal sais de casa se não fazes uma festinha suja-te logo a roupa.
O Kent não deixa que ninguém lhe dê banho. Rosna, morde, ataca. Ninguém lhe pode mostrar água que ele entra em stress. O Kent não quer saber de ninguém. O Kent ladra sempre que alguém passa ou ouve um barulho na rua. Ou seja... constantemente.
A Bé tem uma pata ferida que nunca mais vai conseguir pôr no chão. Tem um problema de pele que só surge quando compramos ração... barata. Por isso, a Bé, cadela de rua encontrada com os ossos a sair pela pele só come Royal Canin. E a Bé não pode ver ninguém desconhecido que ataca. Ataca mesmo. Todas as nossas visitas já tiveram um incidente com a Bé.
O Gucci ladra. Muito. Quando vê uma vassoura. Quando vê o aspirador. Quando o bebé toca flauta. Quando enchemos um balão. Quando alguém bate à porta. Quando o vizinho fala. Quando o guarda assobia. Está sempre em stress e já nem sei quantas vezes acordou o bebé.
O Roy é um senhor. Não liga a ninguém e nunca quer ser incomodado. Ganhou espaço na almofada onde eu durmo. Tirá-lo de lá é mentira. A meio da noite, quando me levanto por causa do Gui, quando volto para a cama... lá está o Roy. E tirá-lo?! Ou isso ou enrola-se no meu pescoço e ficamos os dois a morrer de calorrrrrrr. Mas a carinha dele... uma infelicidade quando não o deixamos fazer o que quer. Um mimado!!!!
O Jeremias, o nosso primeiro! Era independente e não dava trabalho nenhum. Até ser atacado e ficar com uma hemiplegia. Temos que lhe dar comida à boca. Todos osdias. Isto quando não desaparece um dia inteiro e à noite lá começa a miar para lhe irem dar comida.
Todos nos dão dores de cabeça. Cada um à sua maneira. Mas amo todos muito muito muito.
O Brick não liga a ninguém, MAS quando o Gui se agarra a ele (e um bebé a agarrar um gato é coisa para se fugir!!!) fica quietinho, e deixa-o fazer tudo. Até fecha os olhos quando lhe dá beijinhos.
A Strada arrasta o Gui sempre que lhe puxa a cauda na brincadeira. Ele adora e farta-se de rir com ela.
O Kent quando me vê salta. Salta! Dos poucos momentos que o vejo feliz. E quando lhe abro a porta ele sai disparado, mas se vê o bebé avança com imenso cuidado.
A Bé... não tenho palavras para descrever o que sinto pela Bé. Vi a Bé pela primeira vez estava gravidissima e com as hormonas em alta. E a Bé na rua, com a sua pata para cima, com uma ferida infectada, a procurar um sitio calmo onde não a maltratassem. Desde aí foi amor incondicional. A Bé chora quando lhe dou festinhas. A Bé chora quando a pego ao colo, quando me sento junto a ela. Chora de alegria. Com a cauda a abanar devagarinho com muita calma para aproveitar todos os momentos desta nova vida. E sinto que tem o mesmo carinho com o Gui. O mesmo cuidado. E sobretudo muita paciência.
O Gucci é muito dedicado. Se alguém grita, se alguém ameaça, é o meu (e do bebé) principal defensor. Está sempre à procura de contacto e é a melhor companhia de sempre!
O Roy... o Roy foi o mais mimado de todos. Ia connosco para todo o lado. Até em restaurantes se sentou ao nosso lado. É o mais mimoso.
E o Jeremias... é o primeiro. O gato que não é gato. O gato que faz companhia. Que tomba quando lhe fazemos festinhas. Que mia quando nos vê chegar. E que felizmente volta sempre.
Para mim são todos filhos. TODOS.
E quando voltarmos... temos que arranjar condições para os levarmos.