Sempre fui daquelas miúdas irritantes que dizia "Não quero ter filhos!".
Se calhar ao início fazia para irritar. Para mostrar que era adolescentemente diferente. E acho que me convenci disso.
Ou pelo menos não tinha nada que me fizesse querer dizer o contrário. Por egoísmo. Por não querer mudar nada. Por estar bem como estava. Não queria.
Mas quando o homem que escolhi para ficar ao meu lado queria ter filhos. Queria muito. E a coisa mudou. E se queria ficar com ele tinha que ceder.
E cedi.
Ou melhor, segui o percurso normal das coisas.
E o que eu quero dizer com tudo isto é que tudo custa mais quando não temos aquelas visão romântica da maternidade. As sequelas. A privação de sono. A cedência do nosso tempo. As birras.
Nas fases negras (que existem, oh se existem!) arrancam-nos "eu nunca pedi isto!".
Mas depois tudo muda.
Fica mais calmo.
O ser que só estava dependente de nós agora mima-nos. Quase que toma conta de nós só com um sorriso ou um carinho. Ganhamos um parceiro/a. Ganhamos novos gostos. Novos horários. Novos programas.
E deixar de ir a um jantar com amigos porque a babá não pode ficar, custa. Mas ir ao parquinho com ele vale por 3 jantares. 4!
E é assim: 2 anos depois não trocava nada. Acredito que evitava muito dos baby blues se quisesse mais ser mãe. Mas não queria. Paciência.
A evolução é igual.
Estou mais do que apaixonada pela minha família. E ganhei um amor novo, maior do que tudo o que já tinha conhecido.
Ganhei a minha visão romântica da maternidade.
PS - mas minha gente, falam-me em dar um irmão ao Gui e a minha resposta é "não não e não". Gosto disto assim. Não distabiliza, ya?!